A judoca portuguesa Patrícia Sampaio reconheceu esta quinta-feira que a alemã Anna-Maria Wagner foi superior no combate dos oitavos de final da competição de -78 kg dos Jogos Olímpicos Tóquio'2020, admitindo que esperava chegar mais longe.
"Sentia-me confiante, porque estava a treinar muito bem e tinha preparado uma estratégia boa para cada atleta, mas é o judo, ela também devia estar confiante. Fiquei desiludida porque esperava mais, não estou desiludida comigo, porque sei que fiz tudo o que podia, estou triste com a situação... ainda é muito recente", referiu a judoca tomarense, de 22 anos.
Patrícia Sampaio compareceu na zona mista do Nippon Budokan após o fim do programa da primeira sessão, ainda visivelmente abatida. "Eu treinei muito e vinha com as estratégias montadas, mas acabou por não resultar o que preparei. Tentei atacar, acabei por ser contra-atacada e ela também estava muito bem preparada. Acho que a preparação dela se sobrepôs à minha. Elas também fizeram o trabalho de casa. Senti que foi superior, eu não estava a conseguir fazer tudo o que imaginei e planeei", lamentou.
A portuguesa, 18.ª do ranking mundial, encerrou a sua estreia olímpica entre as nonas classificadas da sua categoria de peso, após vencer a venezuelana Karen León, por ippon, no primeiro combate, e cair no segundo diante de Anna-Maria Wagner. "Agora, espero que seja campeã olímpica", desabafou Patrícia Sampaio, reconhecendo que a derrota, por ippon, frente à alemã ocorreu numa altura em que já estava em desvantagem de waza-ari, a 1.45 minutos do fim: "Quando ataquei, pensei que ia ser eu a projetar, ela é que acabou por conseguir. Eu estava na expectativa de conseguir marcar, até porque já estava a perder e estava a tentar recuperar".
A judoca da SF Gualdim Pais, em Tomar, recordou ter estado praticamente dois meses a recuperar de uma lesão na perna esquerda, após os Europeus, em Lisboa, onde regressava à competição, depois da fratura sofrida na perna direita, em outubro de 2020, no Grand Slam de Budapeste. "Eu fiz o máximo, fiz tudo o que podia fazer. Mesmo quando não conseguia andar, quando estava de muletas, eu fiz tudo o que o meu corpo me permitia fazer e dei sempre o máximo, acho que é daí que vem a desilusão", rematou.
Fonte: Lusa
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