Depois da judoca Telma Monteiro ter recusado a graduação de 5º Dan atribuída pela Federação Portuguesa de Judo (FPJ), por considerar que “merecia mais”, a FPJ admite agora rever essa graduação.
Num primeiro instante, Telma Monteiro aceitou a graduação mas, ao perceber que havia judocas nacionais com a graduação de 6ª Dan, a judoca, “humildemente”, recusou esse cinto. "Conquistei 21 medalhas em Europeus e Mundiais, e este ano, a primeira medalha olímpica do judo feminino português. Sou a 5ª judoca mais medalhada do Mundo. Tentei durante a minha carreira ter um comportamento exemplar dentro e fora do tapete – dei tudo, sempre. Não podia ter feito mais até aqui", desabafou Telma Monteiro nas redes sociais.
"Falei com a Telma, tivemos uma conversa cordial e amistosa, em que me fez saber que merecia uma graduação maior, o 6º Dan. Vivemos numa democracia, a pessoa visada considera que merece mais, vamos ponderar sobre o assunto", referiu o presidente da FPJ, Manuel Costa e Oliveira. Segundo o regulamento da FPJ, existe uma Comissão Nacional de Graduações nomeada pela direção que "tem a competência da ratificação de todas as graduações iguais ou superiores a 1º Dan".
Em Portugal há 16 judocas graduados com o 6º Dan, sendo os mais recentes os ex-judocas Nuno Delgado, Pedro Soares, Filipa Cavalleri e Michel Almeida – todos eles com um percurso notável na modalidade, mas nenhum que iguale as conquistas da judoca do Benfica. Há ainda outros dois judocas portugueses com uma graduação mais alta: Pedro Gonçalves e Manuel Martins têm o 7º Dan, graduação atribuída pela União Europeia de Judo, sob proposta e fundamentação da FPJ.
Texto: Joana França/Kombat Press
Foto: DR