Beatriz Souza, 26, do Brasil, é uma jogadora de ponta, tendo sido medalhista de prata mundial (e duas vezes medalhista de bronze). Ela também tem quatro medalhas de ouro do IJF World Tour em seu nome. Mas ela não era uma grande promessa. Muitos especialistas teriam dito que Romane Dicko, da França, uma ex-campeã mundial, teria a vantagem, especialmente porque os Jogos foram na França.
Como aconteceu, Souza teve que enfrentar Dicko na semifinal. Desde 2020, ela lutou com Dicko quatro vezes e perdeu todas as quatro vezes, incluindo a final do Campeonato Mundial de 2022. Mas esta era a chance de Souza para a glória olímpica e ela não deixaria isso escapar. Ela deu a Dicko o troco que conseguiu e a arrastou para o Golden Score.
Lá, Souza agarrou o cinto de Dicko, no estilo georgiano, e quase a rolou para uma pontuação. Dicko conseguiu atrasar o rolamento o suficiente para que não fosse considerado uma pontuação. Mas seu braço estava preso e Souza conseguiu alavancá-lo para puxá-la para um hold-down. Uma vez que Souza, muito maior, prendeu, não havia chance de Dicko escapar. Para o desespero da torcida local, a jogadora francesa se rendeu, o que foi uma grande surpresa, já que não foi um armlock ou um estrangulamento.
Na final, Souza enfrentou Raz Hershko de Israel, com quem ela havia lutado quatro vezes, e havia vencido todas as quatro vezes. Então, ela foi para a final com uma grande vantagem psicológica. Souza derrubou Raz com um uchimata um tanto desleixado que marcou waza-ari mesmo assim. Com essa pontuação garantida, Souza conseguiu manter sua liderança até o final do tempo regulamentar, e ganhar uma medalha de ouro.
Curiosamente, Souza é treinada por Sarah Menezes, a primeira campeã olímpica feminina do Brasil que ganhou uma medalha de ouro nas Olimpíadas de Londres de 2012. Menezes era uma atleta de -48kg.