Toma Nikiforov se despedirá de um coração pesado

Toma Nikiforov atraiu a cortina de uma notável carreira de judô, anunciando sua aposentadoria no mesmo dia em que sua categoria de peso, a categoria de +100 kg, estava programada para competir no Campeonato Mundial de 2025 em Budapeste. Embora afastado por uma lesão no dedo e incapaz de competir, o simbolismo do momento não foi perdido nele. Em uma entrevista coletiva realizada no Judo Royal Crossing Club em Schaerbeek, seu clube de origem e o local onde sua jornada de judô começou, o judoka belga de 32 anos foi vencido pela emoção, lágrimas marcando o fim de um capítulo distinto.

“Meu corpo simplesmente não podia mais fazer isso”, ele admitiu por soluços, fazendo uma pausa frequentemente para se reunir. “Não foi uma decisão fácil. Eu ainda tinha o impulso, a paixão. Mas depois de pelo menos quinze anos de esporte de nível superior, não fazia sentido continuar pressionando fisicamente.”

Sua decisão ocorreu depois de discussões profundas com o técnico nacional Dirk Van Tichelt, o diretor técnico Koen Sleeckx e sua família. A mudança em sua vida pessoal desempenhou um papel fundamental, Nikiforov agora é pai e, olhando para uma nova fase do Tatami internacional. “É um dia simbólico”, disse ele em silêncio. “Mas acabou. Foi uma honra representar a Bélgica o tempo todo.”

Enquanto se afastava do cenário global, Nikiforov pretende continuar competindo no nível do clube, onde seu amor pelo esporte permanece inalterado.

Sua carreira deixa para trás um legado que fala tanto da longevidade quanto da excelência. Nikiforov representou a Bélgica em três Jogos Olímpicos, terminando em nono no Rio 2016 e em Tóquio 2021. Ele conquistou dois títulos europeus seniores, primeiro em Tel Aviv em 2018 e novamente em Lisboa em 2021, e também foi medalhista de prata nos Jogos Europeus de 2015.

A lista de elogios de Nikiforov inclui uma medalha mundial de prata no Campeonato Mundial do Aberto de 2017 em Marrakech e um memorável bronze mundial em 2015 em Astana, conquistado em uma batalha contra Cyrille Maret, da França. Ele também tomou o bronze como peso pesado em 2025, completando sua carreira com uma medalha do último campeonato mundial.

Além dos principais campeonatos, ele ficou no topo de vários pódios de Grand Slam e Grand Prix: ouro em Paris em 2022, Tashkent em 2021, Havana em 2014 e Düsseldorf em 2017. Suas 20 medalhas na Copa do Mundo refletem sua presença sustentada no topo do judô internacional.

Mesmo antes de seu sucesso sênior, Nikiforov já estava fazendo ondas, ele ganhou três medalhas júnior européias e uma prata mundial em 2013. Ele também dominou o mercado interno, tornando-se quatro vezes campeão do Open Belga em Visé.

Com sua partida, a Bélgica perde uma de suas figuras de judô mais duradouras, mas a influência de Nikiforov suportará, sem dúvida, no tapete e além. Sua mistura de poder, paixão e perseverança fizeram dele um símbolo do judô belga, e seu legado inspirará as gerações futuras que entram no mesmo clube em Schaerbeek, onde tudo começou.