Boxe e Kickboxing | Level Up e Arena de Matosinhos | Combates | Gondomar e Matosinhos - Abril 2020
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Voltamos para o “segundo round” com o CrossPunch! Já aguentámos mais que o seu último adversário! Quando falamos do Gonçalo Pinto há logo algo que nos vem à cabeça. Um atleta honesto? Sim, isso também, como ele próprio o diz, mais à frente… Mas estávamos mesmo a pensar era na boina. A boina que acompanha o Gonçalo em todos os combates e que olha sempre por ele lá no cantinho do ringue.
KP: Podes voltar a repetir a história da boina que te acompanha sempre em jeito de amuleto?
GP: Toda a gente conhece a minha boina... Desde 2007, ano em que faleceu o meu avô Martino, que a boina está presente em todos os meus combates, é algo que me dá força e me inspira.
KP: Como concilias a vida profissional com a desportiva?
GP: Desde 2015 tudo foi simplificado, consigo conciliar tudo. Despedi-me do meu emprego (Gestor de Empresas) para me dedicar ao meu próprio ginásio de Boxe e CrossFit. Treinar e dar aulas é a minha vida.
KP: Como é a tua rotina de treinos?
GP: Quando tenho um combate marcado, tenho dois a três meses para me preparar: sigo um plano alimentar rigoroso, orientado pelo meu nutricionista Augusto Rodrigues. O meu treino físico é da responsabilidade do meu preparador Alexandre Tavares, normalmente faço um treino físico por dia. E o meu treino técnico de boxe é da responsabilidade do meu mestre César Moreira, com o auxílio do Padman Dhoy Santiago. Tenho também a ajuda imprescindível do meu fisioterapeuta Joaquim Pontes da Fisionorte. Mesmo sem lesões, felizmente não tenho muitas, vou frequentemente ao fisioterapeuta de forma preventiva.
KP: O Cross Punch é um projeto teu? Como surgiu e que valências tem?
GP: O CrossPunch (marca registada por mim) veio salvar a minha vida. Criei o CrossPunch em 2015 com um grupo de amigos e quando me apercebi do potencial do conceito e da marca, atirei-me de cabeça. Somos um Clube de Boxe e uma Box de CrossFit. Temos treinos para todas as pessoas, desde os mais pequenos (6 anos) até aos mais graúdos (o aluno mais experiente tem 65 anos). É um espaço onde treinamos em alta intensidade, sempre condicionado à capacidade física de cada pessoa, mas onde todos se sentem desafiados. A ideia é por todos a mexer e melhorar a qualidade de vida de todas as pessoas. Temos também atletas em competição, tanto no boxe como no crossfit.
KP: Neste momento tens quatro combates, quatro vitórias no boxe profissional. Qual o teu objetivo “máximo”, o teu sonho, neste universo?
GP: Sendo realista, e tendo sonhos alcançáveis à nossa realidade, eu tenciono ser campeão Nacional, e ter algum título internacional das grandes federações como WBC, IBF, IBO, WBA, WBO, EBU. Outro grande sonho é lutar nos Estados Unidos, nem que seja logo o combate de abertura, num MGM ou Madison Square Garden.
KP: No futuro (longínquo esperamos), quando deixares o ringue, onde te poderemos encontrar?
GP: No CrossPunch! Estou a criar um Clube de Boxe fortíssimo: quero ensinar os mais pequenos e quero treinar pessoas que queiram, simplesmente, ter contacto com esta modalidade incrível. O boxe não é só para bandidos, o boxe é para todos, e eu estou cá para vos abrir as portas a este desporto.
KP: Qual a tua maior qualidade?
GP: Honestidade.
KP: Qual o teu maior defeito?
GP: Excessivamente teimoso.
KP: Qual a tua comida favorita?
GP: Todas... Adoro comer...
KP: Três músicas que não faltam na tua playlist…
GP: Dire Straits – Sultans of Swing, Eminem – Lose Yourself e Marvin Gaye – Sexual Healing
Entrevista: Joana França/Kombat Press
Fotos: DR
Agradecimento: Gonçalo Pinto
Sabias que o Gonçalo Pinto, aquele que ainda no início de março proporcionou um KO fortíssimo em Gondomar, quando era pequeno não tinha jeito para o desporto?! Falamos do Gonçalo do Cross Punch: a Box de CrossFit e da escola de Boxe. Esse Gonçalo, o Gonçalo Pereira Pinto que nasceu no Porto a 28 de julho de 1990, começou nestas lides no Sanda e Kung Fu, onde o seu caráter venceu a sua falta de jeito. Começou na Academia de Artes Marciais Chinesas – She-si, passou pelo Futebol Clube do Porto até chegar à Arena de Matosinhos onde foi um dos principais rostos do kickboxing. Agora é o goku do boxe profissional onde já leve quatro vitórias em quatro combates.
KP: Porquê o kickboxing ou boxe como modalidades de eleição?
GP: Lembro-me de ser pequeno (8-9 anos) e de não ter jeito para nenhum desporto... Todos os meus amigos jogavam futebol e eu não me integrava porque não tinha mesmo jeito nenhum. Então, em algum momento, decidi que tinha de fazer algo que me fizesse bem e sentir diferente de todos os outros. Conheci a melhor Academia de Artes Marciais de Portugal, a She-si, e integrei-me. O que não foi novidade é que também não tinha jeito nenhum para aquilo... Mas, diferente de todos os outros, era o mais dedicado, porque meti na cabeça que ia ser bom naquilo. Os resultados começaram a aparecer ao fim de uns anos, comecei a lutar Sanda e nunca perdi em Portugal. Aos poucos, fui-me tornando uma referência na academia, e os meus ídolos de lá passaram a ser meus colegas de treino. Mais tarde passei a ser uma referência em Portugal, onde integrei a seleção nacional e fui durante muitos anos Capitão da Seleção nacional.
KP: Para além de não teres jeito para o desporto (quem diria?!), o que nos podes dizer sobre “o Gonçalo” enquanto criança?
GP: O Gonçalo enquanto criança era um miúdo tímido e calado. Era amigo dos meus amigos, e adorava brincar, muito mais do que estudar! (Eheheh) Ao contrário de muitos lutadores, nunca passei necessidades e os meus pais sempre me deram tudo, tive acesso às melhores escolas privadas, mas isso não desenhou a minha personalidade. Sou ambicioso, destemido e muito competitivo. Não faço muitas coisas, mas o que faço tenho que ser o melhor.
KP: Quais as tuas referências dentro e fora do ringue?
GP: Comecei a praticar artes marciais e desportos de combate por influência de grandes ídolos: Bruce Lee, Ali, Tyson e, mais recentemente, o Canelo. Hoje em dia tento não me cingir a uma referência personificada, porque sinto que isso me limita, tenho várias referências desportivas, mas pretendo deixar a minha marca neste desporto. Hoje tenho como referência no boxe o pugilista Jorge “Gentleman” Silva. Identifico-me com ele e com a postura dele, dentro e fora do ringue. Tenho a sorte de o ter como parceiro de treino e sinto que tenho muito a aprender com a experiência desportiva que ele tem.
KP: Qual o “clique” para passares do kickboxing para o boxe?
GP: O verdadeiro motivo para esta mudança foram questões federativas... Ganhei muitos títulos internacionais da federação WKF, fui Campeão Nacional da Federação Portuguesa de Kickboxing e Muaythai. Mesmo com estes resultados, nunca fui chamado à seleção nacional principal para ir aos campeonatos da WAKO. Quando me apercebi que havia muita política no meio decidi saltar fora e abraçar um objetivo maior.
KP: Como percebeste que tinha chegado a altura do desafio do boxe profissional?
GP: Os meus grandes ídolos dos desportos de combate sempre foram pugilistas: Floyd Mayweather, Canelo Alvarez, Mike Tyson, Mohamed Ali, portanto sempre tive o sonho de tentar alcançar algo no boxe profissional. Com a minha vasta experiência em ringue, achei que esta era a melhor altura.
KP: O que mais aprecias num adversário?
GP: Coragem e condição física. Um verdadeiro lutador tem que se apresentar bem fisicamente e tem que ter coragem de levar golpes fortes e conseguir responder e seguir em frente.
KP: E o que menos gostas num adversário?
GP: Odeio quando enfrento alguém mal fisicamente e que se amedronta com a primeira pancada forte.
KP: Qual o combate que nunca vais esquecer? Porquê?
GP: O meu último combate de boxe amador contra o Deiby Lima: foi a única derrota justa que tive e foi um combate onde deixamos tudo o que tínhamos. Foram três assaltos muito intensos onde ambos queríamos a vitória a todo o custo, foi digno de se ver. Vocês (Kombat Press) têm as filmagens dessa “guerra”!
(KP: Aqui ficam elas no Magazine Kombat Press T02E52 - Golden Gloves https://kombatpress.com/index.php/televisao/sporting-tv/magazine-kombat-press/item/1745-magazine-kombat-press-t02e52-golden-gloves?fbclid=IwAR2axGsFJYU_LI_5IBXANYVz19bfcKMYpGG287umAHlQNC2mhpYfcs6bkfY)
KP: Qual a vitória mais saborosa que já tiveste? Porquê?
GP: Já tive várias vitórias muito saborosas, para todas elas trabalhei igual, porque treino sempre em alta intensidade. Mas esta última vitória soube particularmente bem, talvez por ter sido o meu primeiro K.O. em boxe profissional, mas também porque o meu adversário provocou-me antes do combate.
(KP: Também temos as imagens deste combate no Magazine Kombat Press T04E12 em https://kombatpress.com/index.php/televisao/sporting-tv/magazine-kombat-press/item/3168-magazine-kombat-press-t04e12-boxe, vai lá espreitar o KO!)
KP: E aquela derrota que ainda hoje tens, à boa moda portuguesa, “entalada”?
GP: A minha derrota com o Deiby está “entalada”... Mas agora como profissionais não vai ser fácil tirar a teima, lutarmos agora era queimar a nossa carreira numa fase muito prematura... Quem sabe um dia num título nacional…
(Continua amanhã)
Entrevista: Joana França/Kombat Press
Fotos: DR
Agradecimento: Gonçalo Pinto
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