A execução do lutador olímpico Navid Afkar tem sido amplamente criticada por diversas entidades e organismos internacionais desportivos e não só. "É profundamente lamentável que os apelos de atletas de todo o mundo, do Comité Olímpico Internacional, do Comité Iraniano e da Federação Internacional de Luta não tenham sido ouvidos", refere em comunicado o COI.
Depois do Comité Olímpico Internacional condenar tal atitude por parte do Governo Iraniano, as críticas agora chegam da própria União Europeia. "A União Europeia opõe-se à pena de morte em todas as circunstâncias e casos, sem exceção. Trata-se de uma pena cruel e desumana, que não funciona como um dissuasor e representa uma negação inaceitável da dignidade e integridade humanas", sublinha o comunicado da EU. "A questão dos direitos humanos continua a ser uma parte central" do compromisso da UE com o Irão e que a União vai continuar a trabalhar com Teerão nesta matéria, "incluindo em casos individuais tais como esta recente execução".
Navid Afkar foi condenado à morte pelo assassínio de um funcionário público durante "distúrbios" em 2018, tendo ainda sido acusado de participar em manifestações ilegais, insulto ao líder supremo do Irão, roubo, inimizade em relação a Deus e homicídio. Aos 27 anos, o vice-campeão nacional iraniano de luta livre foi condenado à pena de morte pelo alegado assassínio do agente Hasan Turkeman.
Apesar dos inúmeros apelos internacionais para que tal não acontecesse, a sentença acabou mesmo por ser aplicada, na manhã de sábado, 12 de setembro de 2020.
Texto: Joana França/Kombat Press
Foto: DR