A WAKO - World Association of Kickboxing Organizations – entidade que tutela o kickboxing a nível internacional, suspendeu, definitivamente, a Federação Portuguesa de Kickboxing e Muaythai (FPKM) como membro da federação internacional. A temática não é nova nem surpreende este universo desportivo, uma fez que a WAKO já tinha assinalado os incumprimentos da FPKM, criando um comissão específica para analisar as irregularidades da federação portuguesa que se prendiam, essencialmente, com um processo eleitoral “pouco democrático” e com a incompatibilidade de estatutos dos dois organismos. A isto acrescem as inúmeras queixas de vários agentes desportivos que remontam à presidência de Ana Vital de Melo, estendendo-se os mesmos “problemas” para o mandato de Nuno Margaça, que trocou de posição com a ex-presidente.
A intenção/decisão inicial da WAKO já tinha sido comunicada, em carta enviada à FPKMT, a 3 de setembro. A WAKO aguardou pela resposta da federação lusa para fundamentar uma deliberação final, divulgada no início deste mês de outubro. “A FPKTM tinha até ao dia de ontem para suspender a medida caso comunicasse, por escrito, a intenção de corrigir as irregularidades que lhe são apontadas (e a partir daí mais 20 dias para apresentar um draft de novos estatutos, novo regulamento eleitoral e, por conseguinte, novas eleições), mas não o fará.”, podemos ler na edição online d’A Bola de hoje.
O mesmo desportivo acrescenta ainda que “A WAKO considera que os estatutos da FPKMT e o regulamento eleitoral «não asseguram transparência» de gestão e nas eleições. Dois exemplos: a limitação de mandatos (três consecutivos, quatro no total) é para um órgão e não para a federação, permitindo perpetuação dos dirigentes; os membros da comissão eleitoral que escolhe os delegados para as AG «não são escrutinados», o que «pode gerar conflitos de interesse» e «manipulação das decisões».”
Para reverter esta situação, a FPKM terá de alterar os seus procedimentos eleitorais e alguns estatutos para que estes estejam de acordo com a tutela internacional da modalidade. No entanto, e tendo em conta a reação da federação portuguesa nas redes sociais, o caso não deverá ser assim tão simples de resolver. “A Federação Portuguesa de Kickboxing e Muaythai (FPKMT) retalia a decisão de suspensão divulgada pela World Association of Kickboxing Organizations (WAKO), motivada por um indivíduo com o objectivo de prejudicar o Kickboxing nacional em proveito próprio. A FPKMT irá agir legalmente face à decisão divulgada”.
“Para já, será a WAKO, em conjunto com o Comité Olímpico Português, a assumir a gestão da participação de atletas portugueses em provas nacionais internacionais, enquanto não for encontrada uma solução de futuro, que poderá passar pela criação de uma nova federação para tutelar o Kickboxing português.”, adianta a edição online da TVI24.
Texto e foto: Joana França/Kombat Press